Romantismo
Ontem, durante todo dia, percebí um certo romantismo na pessoas, talvez pelo frio, tempo propício para abraçar quem amamos, não? Como é gostoso esta sensação, esse mistério que paira neste sentimento que não controlamos.
Acho que o sabor da conquista é a chave para esse enigma, tudo aquilo que conquisamos com uma certa dificuldade, é o que nos faz não aceitar a perda, então, queremos guardar, ter por perto, tocar, abraçar sempre e sempre....
Bom, eu também me considero romântico, principalmente quanto o assunto é futebol, e, como muitos, não queria que o período entre 16:00 e 17:40 do último sábado não acabasse nunca, como queria assistir a eficiência daquele jogo romântico do Barcelona frente à força e rapidez do Manchester. Como eu, mais uma vez, reforcei minha esperança acreditando haver uma luz ao fim do túnel!
Paciência, conjunto, obediência tática, treinamento, são alguns dos ingredientes da já famosa receita do sucesso da equipe Catalã, mas que resulta, após a inserção do conjunto de craques que, como um fermento adicionado à massa reforça a idéia que uma constelação pode sim brilhar conjuntamente. Parece ser a rceita exata do romantismos que parecia ter se perdido com o passar dos tempos.
Como é bonito ver o time de Messi e CIA trocar passe, trocar passe, até certo ponto, dando um ar de despretensão, desligamento, mas nunca de desorganização, há alí, um pouco de arrogância, certeza, autoconfiança, mas não desprezo, desrespeito. O que vêmos é uma soberba de exclusividade, de um time que sabe ser o único capaz de apresentar com sucesso nos tempos de hoje aquilo que os mais experiêntes de vida, lamentam, ou melhor, lamentavam, não ver mais.
A eficiência do Barcelona traz à tona a questão da evolução do futebol, da evolução física, da evolução tática A eficiência do Barcelona, coloca em xeque todos os estudisos do futebol "de reultado", ou do futebol "eficiência", me faz pensar o quanto deveria ser glorioso nos românticos anos 50´s, 60´s assistir a uma partida de futebol. "E o tempo levou" tudo o que era bom neste esporte, nos deixou apenas o rastro de um caminho esquecido, que já estava se perdendo, não fosse os doze protagonistas deste retorno, Guardiola e seus comandados.
Ah, que saudade me dá do jogo entre São Paulo e Barcelona no mundial de 1992, que saudade me dá de Cruyff e Telê Santana, que juntamente de Josep Guardiola são talvez os últimos remanescentes do futebol romântico e vistoso. Que saudade me dá do toque eficiente de bola das mais lembradas equipes dos tempos antigos!
Hoje os times se esquecem e nem sabem mais tocar a bola com eficiência. Um toque de dois metros se torna um inimigo feroz nos tempos modernos, e, a explicação que acham que acreditamos, está na eficiência ofenciva, no equilíbrio de marcação. Entenda-se aí em velocidade, quase sempre ineficaz, e força de marcação violenta e longe de demonstrar que alí estão craques disputando uma partida.
Queria que estes defensores ferrenhos do futebol eficiência, ou futebol força, como quiserem, explicassem o que realmente acontece com a calma, paciência e eficiência do Barcelona, com o equilíbrio tático, com a beleza do futebol, que continua, e sempre continuará sendo moderno, aos meus olhos, a eficácia de um time que sabe controlar o jogo e impor o ritmo necessário, tocando a bola de forma a parecer fácil, como um verdadeiro profissional deveria saber fazer. Olhando aquele jogo, cada vez mais acredito ser fácil, cada vez mais me apaixono, cada vez mais me limito a dizer em poucas palavras OBRIGADO BARCELONA!!!
Ahhhhh....Que saudade!!!
JACP o vidente (www.videntefutebol.webnode.com.br)